James Dean (1931-1955) |
Ora vamos lá tentar acertar com este rapazito, que se tornou num ícone eterno através do Cinema/Televisão dos Estados Unidos da América do Norte: James Dean.
Já aqui dedicámos o merecido e devido espaço à grande versão feminina que foi, e é, a encantadora Marilyn Monroe. Na versão masculina, temos agora com a mesma justiça e transparência, o actor que morreu jovem. Mesmo assim, ficou!
James Dean, mesmo involuntariamente, capitaneou uma nova geração de actores “made in Hollywood”, onde vigorava um bom lote de veteranos, como: Humphrey Bogart, Cary Grant, Stewart Granger, Gregory Peck, Robert Taylor, James Mason, Yul Brinner, Gary Cooper, etc. E veio Dean a comandar uma nova horda!... Seguindo este caminho, logo de imediato mas sem o mesmo impacto, surgiram: o francês Alain Delon, o alemão Horst Buccholz (1933-2003), o russo Oleg Vidov (1943-2017) e, entre outros, a própria América do Norte tentou lançar e afirmar o efémero actor grego Stathis Giallelis, que apenas participou em 12 filmes, com marcante actuação em “América, América” e “Blue”. E uma outra geração mais nova veio a seguir, mas... adiante!
JAMES DEAN, de seu nome completo James Byron Dean, nasceu no estado de Indiana (EUA) a 8 de Fevereiro de 1931 e faleceu num aparatoso desastre de automóvel, a 30 de Setembro de 1955, algures no estado da Califórnia.
Três aspectos o definiram para sempre: era de uma espectacular rebeldia, de um talento firme e marcante e de uma descontrolada e incansável avidez sexual. De tudo sobre a sua vivência, há a história real e há a barafunda das lendas que se foram forjando e que se baralham. Todavia, os aspectos lendários não são de todo errados...
Cedo ele aprendeu a tocar violino e fazer sapateado.
Jimmy, como era chamado, foi sobretudo criado pelos tios (após a morte de sua mãe), que o apaparicavam com toda a estima. Saltitou dos ambientes familiares e arriscou-se para Nova Iorque, onde cursou no exigente e famoso Actor’s Studio.
Nestas aventuras pelo seu sonho - ser actor - fez de tudo um pouco para sobreviver. E em 1951, estreou-se no Cinema, em dois filmes: apagadamente em “Sailor Beware” e a seguir,em “Baionetas Caladas” (Fixed Bayonets).
Em 1952, participou em “Has Anybody Seen My Gal?” e em 1953, em “Tromble Along the Way”. E por fim e enfim, os “seus” grandes e notáveis filmes: “A Leste do Paraíso” (East of Eden/1955), “Rebelde Sem Motivo” (Rebel Without a Cause/1955) e “Gigante” (Giant/1956)...
Faleceu antes de poder ver estes dois últimos filmes.
Faleceu antes de poder ver estes dois últimos filmes.
Da sua vida sexual que o dominou em absoluto por toda a sua vivência, teve diversos amores, femininos e masculinos, que ele quis ou ousou viver. Fazia-se apetecível e não se negava a encostar-se a celebridades; é o que se poderá dizer, que juntava o útil ao agradável. Nesta permanente corrida sem freios constam, com verdade e alguma lenda, nomes como:
Mulheres: Pier Angeli (a sua grande e frustrada paixão), Liz Sheridan, Marilyn Monroe (que, parece, não foi na conversa das suas investidas), Elizabeth Taylor (que terá sido, talvez, uma amiga-irmã) e Ursula Andrews (que também não cedeu aos seus caprichos);
Homens: Marlon Brando (isto é que foi um caso!...), Sal Mineo, Walt Disney (imaginem só!...), Tab Hunter, Rock Hudson, o biógrafo William Bast e, com dúvidas, as prováveis “aventuras” com Paul Newman e Steve McQueen...
Respiremos e passemos à Banda Desenhada:
Alguns autores serviram-se da fisionomia de Dean para aplicação em personagens de respectivas bandas desenhadas, como por exemplo o italiano Milo Manara em "Click 2"...
"Chris Lean", com texto de Raffaele D'Argenzio (ou "Ledar")
e desenhos de Milo Manara
Pranchas de "O Último Prato de Tenton Gant", por José Pires, in "Cavaleiro Andante" #518
Sob edição Casterman, há o álbum biográfico “Jimmy”, com a arte gráfica de Gamberini...
Capa e prancha de "Jimmy", por Maryse e Jean-François Charles (argumento) e
Gabriele Gamberini (desenho), colecção "Rebelles", Ed. Casterman (2007)
Várias publicações róseas aplicaram a sua sensual fisionomia para uma data de meninas suspirarem, via BD's do momento.
Servindo de modelo na capa do #47 de "Girl's Romances", Ed. DC Comics (1957) |
Capa de "Elvis and Jimmy"; pranchas de "The Tragedy & Triumph of Jimmy Dean",
Ed. "The Girl Friend - The Boy Friend Corporation", New York (1956)
Jean Graton, um dos melhores desenhadores de automóveis entre os autores de BD, dedicou a James Dean duas histórias. A primeira - "James Dean na Casa de Partida" - relata a corrida que ganhou em 26 de Março de 1955, com o carro #23...
"James Dean na Casa de Partida", por Jean Graton
A segunda - "Acidente na Califórnia: os últimos momentos de James Dean" - relata, como o título deixa antever, os acontecimentos que levaram à sua trágica morte, a 30 de Setembro de 1955.
"Acidente na Califórnia: os últimos momentos de James Dean", por Jean Graton
Jim Beard e Eric Johns produziram "Tributo"...
"Tribute", por Jim Beard e Eric Johns, Ed. Bluewater Comics
R. de Castro publicou "James Dean: a angústia de ser jovem", em 1958.
"James Dean: la angustia de ser joven", por R. de Castro,
Editorial Mateu - Barcelona, (1958)
O jornal "Top Spot" publicou uma mini-biografia de Dean - num misto de banda desenhada e fotografia - em cinco páginas...
"The life and death of James Dean in amazing pictures", cujo autor desconhecemos,
in jornal "Top Spot" (EUA, 19.09.1959)
Carlos Alberto Santos utilizou a fisionomia de James Dean como modelo para uma capa do Mundo de Aventuras.
Capa do "Mundo de Aventuras" #674, por Carlos Alberto Santos |
Na Filatelia, há selos editados, por exemplo, nos Estados Unidos, na República do Benim, em Cuba e na Serra Leoa.
Vês, Jimmy, que ainda há quem te respeite e admire? Por onde quer que andes, que estejas em paz, pois cá pela Terra, os teus filmes registam-te para sempre.
Nota: alguns dos exemplos aqui apresentados foram retirados do excelente blogue de Adriana Fernández Reiris (ver aqui), onde pode consultar mais informação sobre este tema.
Talvez, senão a maior, uma das grandes estrelas da década de 50. Penso que hoje não seria tão lembrado, não fora a sua morte trágica, que enlutou na altura o cinema americano e colocou meio mundo de lágrima no olho. A lembrança deste menino/homem, vai ainda perdurar por muitos e bons anos, pelo menos enquanto a geração do seu tempo por cá andar.E possivelmente até mesmo depois, porque a marca pessoal que nos deixou, foi de facto muito forte. Um caso de estudo.
ResponderEliminarCaro Rui Coutinho
EliminarMuito bem, caro Rui, o teu pertinente parecer sobre este fenómeno da 7.ª Arte norte-americana.
Ele, de facto, marcou muito.
Um abraço
Luiz Beira
Só pelos filmes" rebelde sem causa","a leste do paraíso" e " o gigante " James Dean já figurativa na história de Hollywood .
ResponderEliminarCaro Jorge Carvalho
EliminarTem toda razão, Jorge. Os três últimos filmes do James Dean são para os bons cinéfilos verem e reverem. Desconhecê-los é quase um crime de lesa Cultura... Os anteriores, marcam o Jimmy num período “em rodagem”, onde transparece já a sua notável fúria de viver.
Um abraço
Luiz Beira
Vi o filme de James Dean "Fúria de Viver" (Rebel Without a Cause) quando ainda vivia no Porto, em meados dos anos 1950, e fiquei tão impressionado, identificando-me de tal forma com a personagem de Dean e com os seus traumas, que revi o filme em várias sessões do mesmo cinema. Poucas vezes tive esse tipo de reacção como espectador, mas a actuação de Jimmy, de Natalie Wood, de Sal Mineo e de outros actores, quase da minha idade, marcou-me indelevelmente, durante muito tempo.
ResponderEliminarEste teu trabalho, caro Luiz, merece fortes aplausos, extensivos ao Carlos Rico, como responsável técnico do blogue. Estou certo de que a memória de James Dean há-de perdurar durante este século, ou não fosse o cinema um catalisador de emoções, através dos seus maiores ídolos, que se tornam personagens eternas... enquanto a 7ª Arte continuar a atrair o interesse do público (e haverá espectáculo áudio-visual que se lhe compare e que mais se tenha renovado?).
Abraços,
JM