segunda-feira, 4 de junho de 2018

NOVIDADES EDITORIAIS (148)

CARAVAGGIO - Edição La Gazzetta Dello Sport, com a colaboração de Corriere Della Sera e Panini Comics. Autor: Milo Manara.
Esta obra do “terrível” Milo Manara já tem, há algum tempo, uma apagada edição em português...
“Cravaggio, la Tavolezza e la Spada” é a primeira parte versando a vida de excessos, angústias, paixões e arte de Michellangelo Marisi da Caravaggio, uma das magistrais figuras da Pintura italiana.
Ninguém melhor que Milo Manara poderia agarrar este trabalho, tão encantador como deslumbrante. É uma edição muito bem cuidada, tendo no final algumas belas pinturas do próprio Manara, no melhor estilo de Caravaggio. Uma edição exemplar!
Ficamos à espera da continuação, ou seja, do segundo tomo...
Registamos já o nosso sincero agradecimento à nossa amiga Mary Bartolo Andreoti, de origem maltesa mas italiana por casamento, que é nossa correspondente do BDBD em Itália. Grazie mille, Mary!


CALDAS DA RAINHA EM BD - Edição: Âncora. Autor: José Ruy.
“Nascida das Águas e o 16 de Março de 1974” é a reedição da história da cidade das Caldas da Rainha (“Nascida das Águas”), agora com um devido acréscimo de mais dez pranchas, relatando o autor a intentona (que não triunfou e que apenas “adiou” por pouco tempo) militar contra a ditadura portuguesa e insuportável, a 16 de Março de 1974... Mas a 25 de Abril o gesto militar triunfou. Já era tempo de acontecer tal alegria aos Portugueses!
Obrigado, amigo José Ruy, por este registo histórico através da sua arte!


O ESPIÃO ACÁCIO - Edição Mundo Fantasma. Autor: Fernando Relvas (1954-2017). Este autor, tão admirado e com notável obra, faleceu antes do tempo, desafiando as “naturais regras cósmicas”... Terá sido ele próprio a “precipitar” esse seu fim, pois gostava de viver sem regras nem grilhetas. Viveu alguns anos na Croácia, onde casou. Sua viúva, Nina Govedarica, reside em Portugal e fala o nosso idioma quase sem sotaque.
Mas vamos lá a esta aplaudível obra, que foi lançada no Festival-BD de Beja-2018: o álbum “O Espião Acácio”, que compila (e muito bem) os episódios deste delicioso personagem, que Relvas em boa hora inventou. Esses episódios saíram na então edição portuguesa da revista “Tintin”. Agora, estão reunidos em álbum. Até que enfim!...


ZODIAKO - Edição Opera Graphiica Editora, com a bem atenta coordenação de Fábio Moraes. Autor: Jayme Cortez (1926-1987).
É muito difícil falar-se deste tremendamente belo álbum, “ZODIAKO Premium”, de tal modo se fica cilindrado e maravilhado ante a leitura consciente e atenta, perante esta espantosamente bela edição!...
Sem palavras ante este terrível encanto! - é mesmo o que, em plenitude sincera, se pode aqui confessar.
Amigo e “cúmplice” de outro grande mestre da 9.ª Arte portuguesa - Eduardo Teixeira Coelho -, por cá teve algumas “coisas” editadas mas, entretanto, em 1947, buscou novos rumos no belo, imenso e sedutor Brasil (onde terá também convivido com o nosso “Tio Tónio”...). Por essas distantes terras, aí se fez e aí foi evoluindo, revolucionando e apostando em invejáveis inovações. Foi, com toda a dignidade, premiado não só no seu adoptado Brasil como em Itália (no exigente Festival de Lucca), por exemplo. Em Portugal... nada!
Portugal que, apesar do 25 de Abril de 1974, continua a chafurdar em tonterias do “sebastianismo”, mais concretamente nas tibiezas do cardeal-rei Dom Henrique I e nas servis traições a Castela (vulgo Espanha) de Cristóvão de Moura e Miguel de Vasconcelos... Adiante!...
Jayme Cortez foi, e é, enorme na Banda Desenhada. No “seu” Brasil, onde criou, evoluiu e foi respeitável mestre. Deve-se a ele, a primeira exposição de Banda Desenhada no mundo, em 1951. Glória cultural imensa que Portugal desconhece, pois tal não dá votos aos imbecis carneiros dos nossos Partidos que só arrotam promessas nas campanhas eleitorais e o resto... ou é demência ou impotência!... Ora pois: se deixámos morrer Camões ou Bocage na mais repulsiva miséria, o que é que se espera agora?...
Na “outra sentida Pátria” de Jayme Cortez, ele criou obra invejável, da qual, alguma coisa (num estilo de incómodos espirros ocasionais) lá se editou efemeramente por terras nossas...
Em “Beja-BD/2018”,  graças a encontro com o amigão Fábio Moraes, assim nos deparámos com uma das mais importantes e ferventes obras do nosso Portugal e do nosso, em simbiose, Brasil...
Obrigado Jayme Cortez! Obrigado Brasil! Obrigado Fábio Moraes!
LB

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