terça-feira, 3 de maio de 2016

UMA OBRA... VÁRIOS ESTILOS (7) - QUENTIN DURWARD

Embora não a cem por cento correcto, Sir Walter Scott é considerado como o criador do romance histórico. Nasceu na Escócia a 15 de Agosto de 1771 e faleceu a 21 de Setembro de 1832.
Enérgico, escreveu uma vasta obra, sempre muito aplaudida, da qual se salientam os títulos “Waverley”(1814), “Rob Roy” (1818), “Ivanhoe” (1819), “O Pirata” (1822), “Quentin Durward” (1823) e “A Vida de Napoleão Bonaparte” (1823).
O romance “Quentin Durward” situa-se na Europa no ambiente medieval, focando a rivalidade entre Louis XI de França e Carlos, o Temerário (Duque de Burgundy). Nesta empolgante narrativa, não faltam as intrigas, os duelos, os assassinatos e também, a doce teia de um caso de amor. O corajoso jovem Quentin Durward é um destemido arqueiro da guarda real...
A obra foi algumas vezes adaptada, cada uma com o seu primor, à Banda Desenhada. Até ao momento, conhecemos as seguintes versões:

Entre Novembro de 1940 e Março de 1941, o jornal canadiano La Presse publicou uma adaptação deste romance desenhada pelo norte-americano James Carroll Mansfield.  
"Quentin Durward", por James Carroll Mansfield, in "La Presse" (1940)


Os portugueses Manuel Alfredo (texto) e Fernando Bento (desenhos), criaram em 1954 /1955, uma magnífica adaptação para o “Cavaleiro Andante”, do n.º 110 ao 169. Como é que esta jóia da Banda Desenhada Portuguesa ainda não existe em álbum?!...
"Quintino Durward", por Manuel Alfredo e Fernando Bento, in "Cavaleiro Andante" (1954/55)


O incontornável desenhista belga Fred Funcken, em 1955, adaptou esta história para a revista francófona “Tintin”, mas numa curta de apenas quatro pranchas.
"Quentin Durward", por Fred Funcken, in "Tintin" # 331 (1955)


Igualmente no ano de 1955, foi publicado um episódio em banda desenhada de Quentin Durward, por autor indeterminado, no #16 da revista francesa "Mondial Aventures".
Capa do # 16 de "Mondial Aventures", Société Parisienne d'Édition (1955)



Em 1959, com chancela da Editorial Íbis, mais uma adaptação deste romance foi publicada no #55 da Colecção "Histórias Selecção", da qual desconhecemos o autor dos desenhos. Infelizmente, só conseguimos disponibilizar-vos a capa.
"Quintin Durward", de autor desconhecido, na colecção "Histórias Selecção" # 55 (Editorial Íbis, 1959)



Em 1963, o catalão Marc Cardus (nascido em Barcelona e emigrado em França), fez uma versão em tiras para o periódico "Paris-Jour", de Paris.
"Quentin Durward", por Marc Cardus, in "Paris-Jour" (1963)



E em Espanha, com a força criativa dos catalães, as edições Bruguera publicaram em 1973, outra bela versão com guião de Miguel Cussó e arte de Antonio Bernal e José Claperas Carominas.
"Quentin Durward", por Miguel Cussó, Antonio Bernal e José Claperas Carominas,
in "Joyas Literarias Juveniles" # 67 (1973)

E por aqui, até agora, mais não descobrimos...
Registamos e agradecemos os apoios prestados por Juan Espallardo, Manuel Barrero, José Manuel Vilela e Edgar Tendeiro.


RODAPÉ:
1 - “Quentin Durwad” foi adaptado ao Cinema norte-americano (em Portugal, com o título “A Coroa e a Espada”) por Richard Thorpe e com o actor Robert Taylor; na Rússia, em 1988, por Sergey Tarasov e com o actor Aleksandr Lazarev; houve ainda a série televisiva franco-alemã (1971) por Gilles Grangier e com o actor Amadeus August.
2 - Como nota de glória, num devido texto da Wikipedia, na informação “Adaptations”, salienta-se apenas pela 9.ª Arte, a versão de Fernando Bento.
3 - Em 1958, “Quentin Durward” foi também adaptado à Ópera por François-Auguste Gevaert, com libreto de Eugène Cormon e Michel Carré.
LB

5 comentários:

  1. Que excelente pesquisa! Parabéns! Conseguiria fazer um artigo igual, mas com a história "She", de Haggard?

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    1. Caro Amigo
      Muito obrigado pelas suas palavras. Quanto a “She”, é também um tema aliciante, mas não consta, pelo menos por enquanto, na lista dos nossos exemplos. Os dois mais próximos, serão “Moby Dick” e “A Ilha do Tesoiro”...
      Um abraço
      Luiz Beira

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  2. Caro Luiz,
    Parabéns por mais um excelente trabalho, sobre um tema tão aliciante como são as adaptações em BD de obras literárias famosas. "Quentin Durward" foi uma das que muitos leitores de outros tempos ficaram a conhecer graças à magnífica adaptação de Fernando Bento publicada no Cavaleiro Andante, e que o grande e saudoso Mestre dizia ser a sua preferida. E ele que tantas fez!...
    Na tua lista, encontrei algumas versões que não conhecia, como as de Marc Cardus e J.C. Mansfield, embora já tivesse ouvido falar desta última.
    Aproveito para te dar mais um elemento: a adaptação que surgiu no nº 310 d'O Falcão (2ª série), desenhada pelo artista inglês Tom Peddie, e que era oriunda da revista Thriller Picture Library nº 48, de 1/10/1953, revista que tinha um formato idêntico ao d'O Falcão, nessa nova série.
    Creio que tem interesse a referência, visto essa história ter aparecido também, segundo creio, no nº 16 de Mondial Aventures, embora a ilustração da capa (reproduzida neste post) seja de outro desenhador inglês, Patrick Nicolle.

    Um grande abraço do
    Jorge Magalhães

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    1. Caríssimo Jorge
      Muito obrigado pelas tuas sempre incentivantes palavras, desta vez sobre o “Quintino Durward”, onde a pesquisa não foi só minha, mas também do Carlos Rico, aspecto que é bem frequente.
      Se nos conseguires alguma ilustração das nossas ausências, que focas, teremos muito gosto em acrescentar...
      Dizes que o Bento tinha esta narrativa como a sua preferida, das tantas que desenhou... Tem piada! Uma vez, ele disse-me que a sua preferida era “A Torre das Sete Luzes”... Se calhar eram as duas, já que ele foi sempre um invejável mestre!
      Um forte abraço do
      Luiz Beira

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  3. Caríssimos Luiz e Carlos,
    Se consultarem o site BD Portugal, encontram lá todas as capas d'O Falcão (2ª série), assim como de muitas outras revistas portuguesas.
    Abraços para ambos,
    Jorge Magalhães

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