O paquete "Santa Maria" |
Nas águas internacionais do Mar das Caraíbas, tendo saído de Curaçao com rumo a Miami e transportando 612 passageiros, o paquete português "Santa Maria", da Companhia Colonial de Navegação, fora assaltado e tomado por cerca de vinte elementos do denominado Directório Revolucionário Ibérico de Libertação, sob o comando do Capitão Henrique Galvão. Tal aconteceu na madrugada de 22 de Janeiro de 1961, tratando-se da "Operação Dulcineia". Juntava portugueses e alguns espanhóis liderados por Jorge Sottomayor.
Houve apenas um morto e um ferido, ambos baleados, por terem insensatamente resistido. Algum tempo depois, o jornalista francês Gil Delamare, ousou saltar de paraquedas junto ao navio, sendo recolhido pelas forças de Galvão, para ir fazer a devida cobertura jornalística.
O Capitão Henrique Galvão |
Esta autêntica aventura de revolta política contra as ditaduras ibéricas, foi consderada como um "acto de pirataria" (mesmo sob uma admiração geral) e teve um fim não conseguido. Era ideia rumarem à ilha espanhola de Fernando Pó, donde seguiriam para Luanda e aqui fomentar a grande revolta contra Salazar, mas o "Santa Maria" acabou por rumar ao Brasil, onde Henrique Galvão pediu asilo político. Todo este histórico episódio, resumidamente aqui narrado, resultou em duas versões na Banda Desenhada, ambas estrangeiras.
Pela parceria francófona, Lux e Fédor, em quatro pranchas, surgiu "O Fantástico Cruzeiro do Santa Maria", que teve publicação no "Mundo de Aventuras" n.º 382, a 5 de Fevereiro de 1981.
Infelizmente, a publicação não indica o nome do desenhista... Mesmo assim, hoje em dia, este exemplar será bem difícil de ser encontrado. Fica aqui o registo e o nosso reconhecimento a Fernando R. Cardoso que, amavelmente, nos facultou uma cópia da citada revista mexicana.
Na banda desenhada portuguesa, Artur Correia e António Gomes de Almeida referiram-se a este episódio no álbum "História Alegre de Portugal II" (Bertrand Editora, 2003), numa vinheta da prancha 101 desta obra.
José Antunes e Pinto Coelho publicaram, no álbum "Grandes Portugueses", uma brevíssima biografia de Nascimento Costa, vítima mortal deste episódio da nossa História.
Em complemento, indica-se que em 2010, Francisco Manso realizou a longa-metragem (que foi exibida na RTP), "Assalto ao Santa Maria", tendo no seu elenco, entre outros: Carlos Paulo (Henrique Galvão), Alfonso Agra (Jorge Sottomayor) e André Gomes (Humberto Delgado).
Capa e pranchas 17, 23 e 30 de "El Buque Rebelde"
("Aventuras de la Vida Real", n.º 81)
Na banda desenhada portuguesa, Artur Correia e António Gomes de Almeida referiram-se a este episódio no álbum "História Alegre de Portugal II" (Bertrand Editora, 2003), numa vinheta da prancha 101 desta obra.
José Antunes e Pinto Coelho publicaram, no álbum "Grandes Portugueses", uma brevíssima biografia de Nascimento Costa, vítima mortal deste episódio da nossa História.
"Nascimento Costa", por Pinto Coelho e José Antunes, in "Grandes Portugueses" (Ed. "Camarada") |
Em complemento, indica-se que em 2010, Francisco Manso realizou a longa-metragem (que foi exibida na RTP), "Assalto ao Santa Maria", tendo no seu elenco, entre outros: Carlos Paulo (Henrique Galvão), Alfonso Agra (Jorge Sottomayor) e André Gomes (Humberto Delgado).
Reportagem passada na RTPN, no programa de cinema "Fotograma".
Caros amigos: e da revista mexicana, não há imagens? Já dei uma volta pela net e há um sítio que a vende por 35 dólares!! É dinheiro!
ResponderEliminarCaro Mário:
EliminarEstamos a tratar de incluir algumas imagens do miolo da revista mexicana. Peço-te que aguardes só mais alguns dias.
Grande abraço.
Carlos Rico
Gracias amigo! :)
ResponderEliminarGostei! Há ali um toque franco-belga tipo linha clara não? Também sendo de 1962 era muito ao estilo comic da altura.
ResponderEliminarQuanto ao Mundo de Aventuras ia jurar que tenho este número. As imagens não me são estranhas, mas como tenho a vida encaixotada...
Cresci com MdeA e fez-me falta quando se finou.
O Mundo de Aventuras é a "minha" revista por excelência.
EliminarFaz falta, hoje em dia, uma revista assim nas nossas bancas. Mas os tempos são outros, infelizmente.
Um abraço Mário!
Carlos Rico