terça-feira, 11 de janeiro de 2022

AS HISTÓRIAS QUE RESIDEM NA GAVETA (21) por José Ruy

Recordo aos leitores deste Blogue uma série de artigos que escrevi sobre histórias em HQ que «residiam» na minha gaveta dos «encalhados».
E digo RESIDIAM, porque algumas vão deixando o limbo onde se encontravam.
Precisamente, tinha nessas condições uma história sobre os Templários.

Um professor meu amigo, André Chico, aquando de uma sessão em que mostrei o meu método de trabalho, numa escola onde ele era docente em 2012, sugeriu que me debruçasse nesse tema que é do seu agrado, porque é natural de Tomar, onde vive.
Como o tema há muito me fascinava, entusiasmei-me a criar uma história em Quadrinhos, mas que na altura não teve oportunidade de edição.
Pois bem, 9 anos depois do «purgatório» desta história, um corajoso editor propôs-se presentemente publicar esse original. Trata-se do Rui Brito, que dirige a editora POLVO há muitos anos.
Eu tinha o argumento completo e toda a história já esquiçada a lápis e estruturada para 30 pranchas de desenho, o que daria um livro com 32 páginas.
Este esquema surgiu-me nos anos 1980 quando trabalhava na editora ASA e o seu responsável, Américo Augusto Areal, me pediu uma opinião técnica sobre uma situação crítica: a matéria prima subira em flecha e ele seria forçado a aumentar o preço de capa dos livros de Quadrinhos. Mas achava que as venda se iriam ressentir, pois a crise na altura afetava todos.
Foi quando lhe sugeri reduzir os custos da edição para poder manter os preços de capa, sem prejuízo do conteúdo.
Usávamos o esquema franco-belga, 48 páginas de papel, 44 de desenho e assim alargávamo-nos fazendo grandes desenhos a contar a história. Ora se condensássemos a narrativa em 30 páginas, contaríamos o mesmo, mas em desenhos mais reduzidos e poupava-se no papel, nos fotólitos das seleções fotográficas, que ainda se usavam na altura, e na impressão.
O caso é que o esquema resultou e pegou; os meus colegas na ASA passaram a usa-lo, e eu continuei a mante-lo até hoje.
Mas o editor Rui Brito achou agora que esta história dos Templários merecia ser contada em 44 páginas.


Portanto, mantendo o argumento, alterei o guião para o reajustar para esse número de páginas, o que permitiu dar mais ênfase a certas cenas e desenvolver alguns pormenores dando-lhe até mais visibilidade.
Foi como sair de um espartilho.
Neste momento a história está toda desenhada em definitivo, a tinta da china, e estou na fase da cor, que faço agora pelo Photoshop.

A edição está prevista para o corrente ano de 2022, em capa dura.
Apresento uma visão diferente sobre o destino dos misteriosos tesouros dos Templários, e do que constavam. É uma história com uma grande base histórica «temperada» com ficção quanto baste.

E aqui está, em traços largos, como precisamos de ter paciência e esperar por uma ocasião que mais tarde ou mais cedo sempre chega. Mesmo que se tenha de esperar 9 anos.
A minha filosofia baseia-se em que se tivermos tudo pronto, ao surgir uma oportunidade rapidamente pode fazer-se a edição.
Desejo-vos boa leitura.
José Ruy

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