domingo, 20 de outubro de 2019

NOVIDADES EDITORIAIS (182)

VOLTAIRE - Edição Casterman. Autores: argumento de Philippe Richelle e arte de Jean-Michel Beuriot.
"Os animais têm muitas vantagens sobre os homens: não precisam de teólogos para instrui-los, seus funerais saem de graça e ninguém briga por testamentos".
Ou: "Os reis são para os seus ministros como os cornudos para as esposas: nunca sabem o que se passa".
Ou ainda: "Somos todos malucos. Quem não quer ver malucos, deve quebrar os espelhos".
Estes são três dos imensos Pensamentos de Voltaire, o expoente máximo do Iluminismo (dito Século das Luzes ou dos Filósofos) francês.

Nasceu em Paris a 21 de Novembro de 1694, onde faleceu a 30 de Maio de 1778. Seu nome completo era François-Marie Arouet, mas foi sob o pseudónimo de Voltaire que se celebrizou mundialmente e para todo o sempre.
Filósofo e incansável escritor (poesia, prosa, teatro, ensaios filosóficos, etc.), foi anticlerical, guiava-se pela Razão e sempre se mostrou acérrimo na defesa das liberdades individuais e no combate aos regimes absolutistas, à censura, ao obscurantismo dos cleros e à hipocrisia da nobreza. Adiante do seu tempo, era mordaz, arguto, libertino (nunca casou nem teve filhos, mas apaixonou-se muitas vezes, tanto lhe servindo solteiras como casadas) e, quando por vezes resvalava num equívoco de qualquer tipo, logo dava a volta e saía por cima.
Esteve duas vezes preso na degradante Bastilha e três anos exilado em Inglaterra, tendo passado também três anos na Prússia, a convite de Frederico II, que muito o admirava.
Ficou muito chocado com a desgraça do terramoto de Lisboa em 1755, facto que ele regista na sua obra mais famosa, "Cândido ou O Optimismo".
Mandou limpar e lavrar as suas terras em Ferney, para assim dar emprego a muito povo que vivia na probreza.
A sua primeira obra de vulto foi a peça "Édipo" em 1718.
Colaborou com Diderot e D'Alambert para a "Enciclopédia", mas detestava o filósofo Jean-Jacques Rosseau. A Igreja ordenou que o seu corpo fosse atirado para a vala comum, mas à noite, seus amigos, recuperaram-no e enterraram-no secretamente na abadia de Sullières e, quando da Revolução Francesa, foi enfim e merecidamente, transferido para o Panteão.
Este álbum-BD, "Voltaire, le Culte de l'Ironie", é encantador e magestoso pelos dados históricos (bem documentados pelo argumentista Richelle) sobre a vida, a filosofia e a obra de Voltaire, que inventa, Richelle, um jovem secretário-biógrafo do notável personagem e que o vai entrevistando ao longo do álbum. Por sua vez, o desenhista Beuriot, nesta obra, experimentou-se (com perfeito resultado) na aplicação de cores directas em aguarela. Magníficos ambos!
Eis um álbum fundamental para se ler em português!...




LES TROIS MOUSQUETAIRES - Edição Glénat. Autores, segundo Alexandre Dumas (Pai): argumento do italiano Fabrizio Lo Bianco, traço do venezuelano Andres José Mossa e capa do francês Chris Reguault.
"Os Três Mosqueteiros", a par de "O Conde de Monte-Cristo", é a obra mais popular de Alexandre Dumas, variadíssimas vezes adaptada ao Cinema, Televisão, Teatro e Banda Desenhada. Foi inicialmente publicada, como folhetim diário, no quotidiano "Le Siècle", de 14 de Março a 14 de Julho de 1844. O triunfo popular foi imediato e ainda hoje, continua a galvanizar leitores e/ou espectadores. Aplausos!
Este álbum encerra com um dossiê versando a vida e a obra de Alexandre Dumas, por Françoise Langrognet.

LB

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