sábado, 2 de dezembro de 2017

HISTÓRIAS EM QUADRINHOS - ARTE COM MUITA OFICINA (8)

Por: José Ruy

Na sequência do que tenho vindo a apresentar, verificámos como os desenhos originais de Harold Foster foram, em alguns casos, vítimas de cortes aleatórios e prejudiciais.
No entanto, outras publicações em livro apresentaram, de maneira exemplar, uma adaptação das vinhetas de Foster, isolando-as da narrativa gráfica e contando a história resumidamente, como um livro de texto acompanhado de ilustrações.
É o caso desta edição da «Treasure Books, Inc.», de New York, num formato
20 cm x 17 cm.
Retiraram pormenores às espetaculares vinhetas e transformaram-nas em ilustrações de página única ou dupla. O texto é resumido e simples. Neste caso apenas lhe encontro um senão.
Nas páginas duplas a lombada come uma parte do desenho. Nunca gostei de passar desenhos de página par para ímpar, por causa deste problema.

Também no Rio de Janeiro, Brasil, a «Rio Gráfica Editora» apresentou, quanto a mim pelo que conheço, a melhor adaptação desta obra em quadrinhos de Hal Foster, transformada em livro de texto com algumas ilustrações.
As figuras foram cuidadosamente destacadas dos fundos que as envolviam formando uma composição equilibrada, conseguindo um conjunto harmonioso, mantendo o ritmo da história contada em texto.

Há pelo menos sete volumes publicados desta série em 1955, no formato de 
25,5 cm x 16 cm, com 128 páginas cada, a preto e branco, tirando partido da retícula incluída por Harold Foster.

No nosso caso português, de uma maneira geral, quando estruturamos uma história não pensamos como ela poderá ser impressa, se a cor ou a preto, se só em livro ou também em jornal ou revista, ou ainda se o formato de uma eventual publicação irá obrigar a uma demasiada redução. Por isso trabalho desde há muito tempo com um esquema que permite essas hipóteses, tendo adquirido como lição o que observei nos norte-americanos.
José Ruy

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