O belga William Vance (aliás, William Van Custen), nascido em 1935, é um dos mais perfeitos e marcantes desenhistas da Europa. Pelos anos 60, para a revista “Tintin”, elaborou diversas histórias curtas, focando grandes homens da História. É a maioria destas narrativas que em 1976, num exuberante a preto-e-branco, são reunidas em álbum pelas Editions Michel Deligne: “C’Étaient des Hommes”.
É espantosamente belo o traço do desenhista nestas breve biografias sobre personagens autênticos.
Na bibliografia de William Vance, contam-se as séries “Howard Flynn”, “Ringo”, “Bruno Brazil”, “Bob Morane”, “Ramiro”, “XIII”, “Bruce J.Walker”, etc, etc.
O PAÍS DOS CÁGADOS
Artur Correia e António Gomes de Almeida |
É o irresistível humor do nosso mestre Artur Correia em plena força. Em hilariante caricatura, com texto de António Gomes de Almeida, relata a nossa História desde a queda da cadeira de António Oliveira Salazar até à eleição do general Ramalho Eanes.
Este divertido álbum, editado pelos autores em 1989, é definido pelos próprios como “um folhetim histórico-cómico contado a passo de cágado”. Em 2012, a Bertrand reeditou este álbum, a cores e com alguma actualização, mas, indubitavelmente, a primeira edição é a mais preciosa.
Na admirável bibliografia de Artur Correia, contam-se álbuns como “Aventuras de D. João e Cebolinha”, “O Romance da Raposa”, “Era Uma Vez Um Leão”, “Era Uma Vez Uma Águia”, “Era Uma Vez Um Dragão” (os três últimos, com argumento de Manuel Dias), “Esta Palavra Concelho” (com texto de Maria Alberta Menéres), “Auto da Barca do Inferno”, “História Alegre de Portugal” (em dois tomos, com texto de Manuel Pinheiro Chagas no primeiro e de António Gomes de Almeida, no segundo), "Os Nabos na Cozinha”, "Os Descobrimentos a Passo de Cágado” (estes, de parceria com António Gomes de Almeida), etc, etc.
O francês Étienne Le Rallic (1891-1968) teve uma certa notoriedade pelas narrativas que foi desenhando com um esmero digno de aplauso. Foi também admirado em Portugal, onde várias das suas obras foram editadas.
Nos anos 50, elaborou exaustivamente, “Capitão Flambèrge” que será talvez, a “cereja no topo do bolo” de toda a sua obra. Foi publicada em álbum, em França, em 1979, pelas edições Glénat. O argumento é de Marijac (aliás, Jacques Dumas).
Este álbum nunca foi editado em Portugal, mas saiu por cá em duas partes: a primeira, semanalmente no “Cavaleiro Andante” do n.º 219 ao 339; a segunda e última parte, editou-se no “Álbum do Cavaleiro Andante” n.º 67.
Para quem gosta de narrativas de capa-e-espada,”Capitaine Flambèrge” é uma das mais belas e conseguidas.
Na bibliografia de Le Rallic, contam-se “Poncho Libertas”, “Les Mousquetaires de l’Océan”, “Jack Carter, Chevalier du Texas”, “Le Chevalier à l’Églantine”, etc.
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