Nota Prévia: nesta segunda fase da nossa rubrica “Evocando”, só ocasionalmente focaremos alguns talentos estrangeiros, atendendo a que vieram pela primeira vez a Portugal ao Salão Internacional Sobreda-BD (1982-2006), do qual eu era o fundador e coordenador. Tudo bem?...
Jacques Martin (1921-2010) |
Esteve pela primeira vez em Portugal, para ser homenageado, no salão “Sobreda-BD /1990”. Voltou mais tarde, fugazmente, para uma exposição em Lisboa e depois, para uma das edições do Festival-BD da Amadora.
Seu desporto favorito era o esqui na neve. Tinha residências na Bélgica e na Suíça.
Muito afável e também irónico, a sua arte espalha-se por ilustrações soltas, cenografia teatral, aspectos da guerra, publicidade e, sobretudo pela Banda Desenhada, como argumentista e como desenhista. Chegou a usar os pseudónimos Jam e Marleb.
Muito afável e também irónico, a sua arte espalha-se por ilustrações soltas, cenografia teatral, aspectos da guerra, publicidade e, sobretudo pela Banda Desenhada, como argumentista e como desenhista. Chegou a usar os pseudónimos Jam e Marleb.
Capa e prancha de "Le Hibou Gris", onde Jacques Martin usa o pseudónimo "Marleb"
Investigador de diversas épocas da História, por aqui se dedicou apaixonadamente pela Grécia, Roma e Egipto. Foi grande colaborador de Hergé, donde o ter redesenhado o álbum “O Vale das Cobras” da série “Jo, Zette et Jocko” e de ter criado situações hilariantes em diversas aventuras de “Tintin”.
Da sua invejável obra em BD, contam-se as séries “Alix”, com dezenas de tomos, dos quais terá desenhado apenas dezanove; “Lefranc”, com cerca de trinta tomos, dos quais apenas desenhou os três primeiros; “Orion”, breve série ainda em aberto, da qual desenhou os dois primeiros tomos.
E onde foi apenas argumentista, as séries “Jhen” (que se chamava “Xan”, na primeira versão dos dois primeiros tomos), “Arno”, “Kéos” e “Loïs”.
Hergé e Jacques Martin |
E onde foi apenas argumentista, as séries “Jhen” (que se chamava “Xan”, na primeira versão dos dois primeiros tomos), “Arno”, “Kéos” e “Loïs”.
Mas há obras suas, anteriores, que se notabilizam na sua bibliografia: “Le Hibou Gris”, “La Cité Fantastique”, “Histoire d’Alsace”, a curta série “Oeil de Perdrix”, “Monsieur Barbichou”, “Lamar, l’Homme Invisible”, “Sept de Trèfle”, etc.
Criou uma série pedagógica servindo-se dos seus heróis principais: Alix, Lefranc, Jhen, Loïs, Orion... Destes, na série “Les Voyages de Loïs”, dedicou um tomo ao nosso país, “Le Portugal”, que foi ilustrado pelo nosso Luís Diferr, contando com uma edição em português.
Capa e prancha de "La Cité Fantastique", da série Clark Pilote d'Essai
Duas capas de Alix, a mais famosa criação de Jacques Martin
Capas de "Le Lac Sacré" (da série Orion) e de "Chesapeake" (da série Arno,
onde Martin participou apenas como argumentista)
Das homenagens e prémios que recebeu, contam-se: em 1979, o Prix Saint Michel em Bruxelas, pelas séries “Alix”, “Lefranc” e "Jhen”; 2003, Grand Prix Saint Michel; 2005, recebeu a Comenda de Cavaleiro da Ordre des Arts et des Lettres, que lhe foi agraciada pelo então ministro da cultura francês, Jack Lang; 2005, Prix Crayon d’Or , no 22.º festival de Banda Desenhada de Middelkerke (Bélgica). Das muitas obras (ensaio, estudos, entrevistas, etc) que lhe têm dedicado, salienta-se o volume “Avec Alix, l’Univers de Jacques Martin” por Thierry Groensteen e Alain De Kuyssche, que em 2002 teve uma reedição pela Casterman.
Através dos seus heróis, Jacques Martin registou com perícia e paixão, diversas épocas da História: Antiguidade Clássica (Alix, Kéos e Orion), Idade Média (Jhen), “Século das Luzes” (Loïs), Era Napoleónica (Arno) e, a actualidade, com Lefranc.
Não desejou que a sua obra morresse com ele e foi fazendo escola, donde se salientam discípulos como Jean Pleyers, Christophe Simon, Rafael Morales, Gilles Chaillet, Jacques Denoël, Marc Henniquiau e outros mais, tendo havido ainda a colaboração ocasional de Roger Leloup e de André Juillard.
Não desejou que a sua obra morresse com ele e foi fazendo escola, donde se salientam discípulos como Jean Pleyers, Christophe Simon, Rafael Morales, Gilles Chaillet, Jacques Denoël, Marc Henniquiau e outros mais, tendo havido ainda a colaboração ocasional de Roger Leloup e de André Juillard.
Em português, na versão álbum, foram publicados alguns tomos da séries Alix, Lefranc, Kéos e Arno.
LB
Capa de "Le Mystère Borg", da série Lefranc |
Capa de "Le Cobra", da série Keos, com desenhos de Jean Pleyers e argumento de Jacques Martin |
Capa do álbum "Le Portugal", com desenhos do português Luís Diferr |
Prancha de "Le Fils de Spartacus", da série Alix |
A admirável Arte de Jacques Martin num belíssimo esboço para a série Alix |
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