domingo, 10 de março de 2013

EVOCANDO (5)... DIDIER COMÈS

LUTO NA BANDA DESENHADA: FALECEU DIDIER COMÉS

No passado dia 7 de Março, a Banda Desenhada perdeu um dos seus mais notáveis criadores: DIDIER COMÈS. De seu nome completo Didier (ou Dieter) Herman Comès, nasceu em Sourbrodt (na Bélgica germanófona) a 11 de Dezembro de 1942, falecendo no último 7 de Março, vítima de uma pneumonia. A mãe era oriunda da Valónia (região francófona da Bélgica) e o pai era germanófono (da pequena região belga onde predomina o alemão), donde ele se definir como filho de duas culturas...
Argumentista e desenhista, dedicou-se também à Música, mais especificamente ao jazzConviveu com outros colegas famosos, como Hausman, Deliège e Macherot. Fez também desenho industrial e histórias curtas, sendo algumas destas de cariz humorístico.
A sua primeira grande obra, a série "Ergün, l'Errant", surge em 1973, com o tomo "Le Dieu Vivant " (O Deus Vivo), ao qual se seguiu, em 1980, "Le Maître des Ténèbres " (O Senhor das Trevas). Depois, desligou-se desta série.
Em 1976, surge "L'Ombre du Corbeau " (A Sombra do Corvo) e, em 1979, "Silence" (Silêncio), onde ele se decide definitivamente pelo preto-e-branco e onde se filia em absoluto na linha dos seus inspiradores, Milton Caniff e Hugo Pratt. Aliás, "Silêncio", que é considerada a sua obra por excelência, projectou-o universalmente. A crítica e o público aplaudiram-no em pleno. Este álbum valeu-lhe o Prémio Alfred no Festival de Angoulême de 1981.
Seguiram-se: "La Belette" (A Doninha) em 1981/1982; "Eva" em 1985; "L'Arbre-Coeur" (A Árvore-Coração) em 1988; "Íris" em 1991; "La Maison Où Rêvent les Arbres" (A Casa Onde Sonham as Árvores) em 1994; "Les Larmes du Tigre" (As Lágrimas do Tigre) em 2000 e, por fim, "Dix de Der " em 2006.

Em 1983, recebeu o Prémio Saint-Michel para a melhor BD, pelo seu álbum "La Belette".
Em 2012, uma exposição de 250 pranchas originais, esteve patente no Museu das Belas-Artes de Liège e, já neste 2013, uma exposição de 50 pranchas originais foi apresentada ao público no Festival de Angoulême.
Com o virtuosismo no preto-e-branco, a obra de Didier Comès foi quase toda editada em Portugal.
Que descanse em paz!
Prancha da série "Ergüm l'Errant"
"L'Ombre du Corbeau", uma das primeiras obras de Comès


Prancha de "Dix de Der" onde Comès demonstra grande domínio no uso do preto e branco

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