sexta-feira, 18 de agosto de 2017

HERÓIS INESQUECÍVEIS (49) - CAPITÃO AUDAZ

Na Holanda, pela arte de um dos seus mais dignos e populares desenhistas, Pieter Kuhn (1910-1966), nasceu um herói-BD, em 1945, que viria a tornar-se num fenómeno de popularidade não só no seu país natal, mas em muitos outros, como Alemanha, Bélgica, França, Portugal, Inglaterra, etc. Seu nome original: Kapitein Rob (aliás, Rob Van Stoerem), cujas aventuras duraram de 11 de Dezembro de 1945 até 21 de Janeiro de 1966.
O argumento da aventura inicial teve como autora Wijnanda (Nanny) Aberson (1912-1994), sendo que a partir da segunda história, o texto foi escrito pelo jornalista Evert Werkman (1915-1988).
Primeira tira de Kapitein Rob, publicada no jornal holandês "Het Parool", a 11.12.1945
Em Portugal, Kapitein Rob estreou-se em 1952 no “Cavaleiro Andante”, com o nome de Capitão Audaz, que ficou sendo o nome mais popular entre os bedéfilos portugueses.
Por esta saudosa revista e/ou alguns dos seus “Álbuns do Cavaleiro Andante”, sucederam-se várias narrativas.
"O Capitão Audaz", in "Cavaleiro Andante" #2 (Janeiro de 1952)

"O Capitão Audaz em Aventuras de Pedro, o Pirata",
in
"Cavaleiro Andante" #40 (Outubro de 1952)
"O Capitão Audaz na Ilha dos Pinguins",
in
"Cavaleiro Andante" #46 (Novembro de 1952)

"O Capitão Audaz na China",
in
"Cavaleiro Andante" #69 (Abril de 1953)

"O Capitão Audaz na China",
in
"Cavaleiro Andante" #74 (Maio de 1953)
Capa do Álbum do "Cavaleiro Andante" #1 (Abril de 1954),
com desenho de Fernando Bento
De uma única vez, apareceu no suplemento “Pim-Pam-Pum” (1950) do matutino “O Século”, então tratado como Capitão Rob.
Passou depois, como Capitão Bonvent, para as publicações da famosa Agência Portuguesa de Revistas: “Condor”, “Condor Popular”, “Ciclone” e “Mundo de Aventuras”.
"O Regresso do Capitão Bonvent", in "Mundo de Aventuras" #460 (Agosto de 1982)

Aparentemente, Audaz ou Rob, é um invejável navegador solitário com aventuras por diversos mares... Acabará também, por “navegar” pela ficção-científica.
No entanto, logo na primeira aventura, salva um belo cão de um cargueiro alemão, o Skip, que será o seu fidelíssimo companheiro.
Pelo singrar da sua vida, Rob/Audaz, tem uma esposa, Paula, e dois filhos, Robbie e Josje. Todavia, ele tem um irmão, Kees, que se imagina desaparecido e morto... mas vem a encontrá-lo na ilha Tamoa, onde era tratado como rei e casado com Suja, filha de um chefe local.
Por sua vez, Audaz, tem um arqui-inimigo, o diabólico Professor Lupardi, que quer conquistar o mundo...
Pieter Kuhn (1910-1966)
Após a morte de Kuhn por ataque cardíaco a 20 de Janeiro de 1966, tentativas de continuação da série por Gerrit Stapel, não resultaram.
Em 1950, com autoria de Evert Werkman, foi teatralmente elaborado um musical que nunca chegou a ir à cena. Esta tentativa foi conseguida em 1996, com música de Hans Mobach, texto de Rudolf Geel, diálogos de Ruud Bos e coreografia de Erik Van Maiswinkel.
Muito melhor sorte teve este herói-BD no Cinema: em 2007, o realizador holandês Hans Pos, dirigiu a longa-metragem “Kapitein Rob en het van Professor Lupardi”, com o actor Thijs Römer a viver o personagem central.
Parece que resultou bem...
Trailer do filme "Kapitein Rob en het van Professor Lupardi" (2007)

Pieter Kuhn e Kapitein Rob são ícones da Cultura holandesa, que bem os respeita e admira por diversas formas. Bravo!...

Nota: O Kapitein Rob tem uma página muito interessante (embora apenas em holandês) que podem consultar aqui.
LB

Uma bela vinheta das aventuras de Kapitein Rob
Cartaz do filme "Kapitein Rob en Het Geheim van Professor Lupardi"
Monumento de homenagem às personagens Kapitein Rob e Skip, inaugurado em 15.07.1994 por Margaret Khun, filha mais velha de Pieter Khun, em Oosterend (Holanda)
Vídeo onde podemos contemplar, com detalhe, alguns dos mais belos desenhos que
Pieter Kuhn criou para as aventuras de Kapitein Rob.

2 comentários:

  1. Mais um excelente e completíssimo "post" do BDBD sobre um herói inesquecível da nossa juventude, cujas aventuras dá gosto ler e reler. É pena o monumento que lhe erigiram na pátria de Peter Kuhn ser tão pobrezinho (quase escondido numa praia deserta)! Durante muitos anos, Rob foi um autêntico embaixador da BD holandesa, quando esta era ainda uma ilustre desconhecida... e as suas aventuras continuam a ser lidas por uma legião de entusiastas. Bem merecia ter um Museu em Haia ou noutra cidade holandesa. A Holanda tão perto da Bélgica e não sabe seguir o seu exemplo, no que toca à BD!

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    1. Caríssimo
      É muito pertinente e justo este teu comentário, com o qual concordo em absoluto. Repara porém, caro Jorge, que a situação portuguesa é muito mais confrangedora, limitando-se a parcos exemplos na Sobreda, Lisboa e Amadora.
      Mas isto é tema que não cabe discutir neste espaço...
      Um forte abraço
      Luiz Beira

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