Ora pois, fazendo uma visita a todos os “Heróis Inesquecíveis” que eu e o Carlos Rico temos colocado nesta já longa (e bonita também) lista, deparei que, por estranho “vazio”, só três desses heróis pertencem a Portugal: O Ponto, Jim del Mónaco e Ted Kirk!... Um lapso involutário que, a pouco e pouco, será corrigido.
Vítor Péon (1923-1991) |
Registamos a nossa gratidão a Jorge Magalhães (“Vítor Péon e o Western”), a quem, ousadamente, fui buscar alguma informação bem necessária. Kanimambo, Jorge!
Tomahawk Tom, apareceu pela primeira vez, em 1950, na revista “Mundo de Aventuras”, numa inusitada apresentação do personagem, com este a saltar do papel montando o seu cavalo Furacão e seguindo pradaria adentro em busca de aventuras, perante o olhar estupefacto dos seus criadores, Vítor Péon e Edgar Caygill (pseudónimo, como sabemos, de Roussado Pinto).
"Tomahawk Tom, o Aventureiro", in "Mundo de Aventuras" #62 (19.10.1950) |
Ao que se apurou, há quinze aventuras de Tomahawk Tom, espalhadas por Mundo de Aventuras, Colecção Condor, Colecção Audácia, Jornal do Cuto e Vítor Péon Magazine. Algumas narrativas chegaram a ser reeditadas noutras publicações, incluindo o jornal regional "O Louletano".
Quanto a álbuns - é incrível! - só há dois, praticamente esgotados: “O Regresso de Tomahawk Tom”, edição do autor em 1975, que é afinal a narrativa “Tempestade no Dakota Sul”, publicada em 1978 no “Mundo de Aventuras”, e que chegou, sem efeito, a estar programada para sair em França...
E também, com capa de Augusto Trigo e sob edição da Futura, “O Espírito de Manitu”, que é o tomo 18 da colecção Antologia da BD Portuguesa.
Capa (de Augusto Trigo) do #18 da Colecção "Antologia da BD Portuguesa", dedicado a Tomahawk Tom, Edições Futura (1987) |
Vítor Péon teve como seu constante argumentista e não só para o Tomahawk Tom, Edgar Caygill, pesudónimo do ilustre Roussado Pinto.
Vitor Péon, tal como Fernando Bento, tem o seu nome, desde 2002, na toponímia da Vila da Sobreda (concelho de Almada), graças à pressão do Grupo Bedéfilo Sobredense, à Junta de Freguesia de Sobreda e Município de Almada. Esta “pressão” também já foi insistente, em relação aos nomes de outros desenhistas nossos que foram homenageados nos Salões-BD da Sobreda: Manuela Torres, José Antunes e Fernandes Silva... mas, dir-se-ia que foram “esquecidos”!... Se calhar, é porque isso não dá votos...
A terminar, abaixo se indicam por ordem cronológica (segundo Jorge Magalhães) os títulos das aventuras de Tomahawk Tom:
“Tomahawk Tom, o Aventureiro” (1950)
“Reg Tooper, o Renegado” (1951)
“Colt City, a Cidade Sem Lei”(1951)
“Luta Sem Tréguas” (1951)
“O Rodeo de Palma City” (1951)
“O Espírito de Manitu” (1952)
“O Rapto de Jenny” (1953)
“O Enigma do Cavalo Negro” (1953)
“O Mistério da Diligência” (1954)
“Carrer Lee, o Invencível” (1954)
“A Estrela de Oito Pontas” (1971/2, reeditada em 1976)
“Começou no Barbeiro” (1975)
“O Rancho do Deserto” (1975)
“Tomahawk Tom Contra Tomahawk Tom” (1975)
”O Regresso de Tomahawk Tom ou Tempestade no Dakota Sul” (1975).
LB
Capa do "Mundo de Aventuras" #105 (1951), onde se conclui a primeira aventura de Tomahawk Tom |
Prancha de "Carrer Lee, o Invencível", in colecção "Audácia" (1954) |
Capa e prancha de "O Rancho do Deserto", in "Vitor Péon Magazine" #1 (1975)
Capa e pranchas de "Estrela de 8 Pontas", in "Vitor Péon Magazine" #3 (1975)
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ResponderEliminarMuito obrigado, caro Luiz, pela menção do meu modesto trabalho sobre o grande e saudoso mestre Vitor Péon, um gigante de talento e amor à Arte na verdadeira acepção da palavra. E sinceramente te felicito por não te teres "esquecido" de o incluir (por duas vezes) na lista dos heróis inesquecíveis que este blogue tem regularmente apresentado. Uma justa e calorosa homenagem a um criador cuja vasta e multifacetada obra ainda permanece numa espécie de limbo... talvez porque, como muito bem dizes, foi escassamente recuperada em álbum. E os álbuns, não há dúvida, é que contam na bibliografia de um autor de banda desenhada, pois têm vida muito mais longa do que as revistas e são, por isso, de mais fácil consulta. Felizmente que, no caso de Péon, algumas das suas mais valiosas criações, como "A Casa da Azenha" e "O Buda de Marfim", foram recuperadas em álbum ainda antes da sua morte... o que para ele, já atingido pela doença, constituiu uma das suas últimas e maiores alegrias.
ResponderEliminarSe me permitires, gostaria de reproduzir este belo "post" no meu blogue "Era uma vez o Oeste", que foi criado para homenagear também Vítor Péon.
Um grande abraço, extensivo ao Carlos Rico.
Jorge Magalhães
Caro Jorge Magalhães
EliminarNada tens que agradecer. O que é justo e sincero é para se registar.
Também bastantes vezes estive em convívio com o saudoso Péon. Resta a saudade... Espero que “alguém” tenha a sensibilidade e a capacidade de editar mais obras dele em álbum. É fundamental!
Claro que tens luz verde, da minha parte e da do Rico, para reproduzires este post.
Um grande abraço
Luiz Beira