quinta-feira, 18 de setembro de 2014

HERÓIS INESQUECÍVEIS (31) - JEAN VALLARDI

Neste ano de 2014 em que mais do que merecidamente se evoca o primeiro centenário de um dos maiores mestres da Banda Desenhada europeia, o belga Jijé (Joseph Gillain), aqui se têm focado os seus fundamentais heróis-séries: Tanguy e Laverdure e o herói-ícone, Jerry Spring... 
Jijé (1914-1980)
Aliás, Jijé abordou com o seu talento e a sua perícia, diversos temas. É pois justo que aqui se evoque um dos seus também célebres heróis: Jean Valhardi.
Notoriamente conhecido pelos nossos bedéfilos de gerações mais "maduras", Jean Valhardi (em Portugal, chamaram-lhe então João Valente!!!), injustamente, foi quase nada editado em português; apenas cinco aventuras (?!): "O Sol Negro", (iniciada no "Foguetão", de 1 a 13, e continuada no "Cavaleiro Andante", do 510 ao 523); "O Raio Super-Gama" (no "Cavaleiro Andante", do 393/420 e 422/429) e "A Máquina de Conquistar o Mundo" (no "Cavaleiro Andante", n.ºs 433-446 e 448-466), sendo estas duas desenhadas magistralmente por Eddy Paape, que foi discípulo de Jijé. E
ainda, na revista "Zorro" (do nº 38 ao 48), "A Quadrilha do Diamante".
Todavia, uma das mais entusiasmantes aventuras de Valhardi, surgiu num Número Especial do "Cavaleiro Andante", sob o traço de Eddy Paape: "O Castelo Maldito".
Ora então, vamos lá:
A primeira aventura de Jean Vallardi
Foi a 2 de Outubro de 1941, no n.º 40 da revista belga "Spirou" (sob edição Dupuis) que surgiu a primeira aventura de Jean Valhardi, com argumento de Jean Doisy e arte de Jijé. Tratava-se de "Valhardi Detective".
Quem era este atrevido, esbelto e corajoso herói? Nasceu como investigador de seguros... Pois sim! O evoluir da sua forte personalidade levou a que ele acabasse por ser um aventureiro "puro e duro". Seus "oficiais" companheiros: o pândego e bonacheirão Arsène e o adolescente Gégène. Este, com a continuação da série, virá a ter alto protagonismo. Anteriormente, Valhardi teve como companheiro de aventuras, o jovem Jacquot.
Contudo, Jean Valhardi, não teve uma "vida fácil". Não, não teve! Com altos e baixos, com paragens e continuações, teve, assim a modo solto, como argumentistas: Jean Doisy, Eddy Paape, Yvan Delport, Jijé, Philip (um dos filhos de Jijé), André-Paul Duchâteau e Jacques Stoquart. E desenhistas, para além de dois períodos com o grafismo de Jijé, o saudoso Eddy Paape e René Follet, e ainda, como assistente de Jijé, Guy Mouminoux. Toda uma honrosa equipa (ou galeria de autores) que tão bem soube construir o universo Valhardi.
Pelas Éditions Dupuis, as aventuras deste herói totalizam 17 álbuns, com predominância da arte de Jijé, alguns por Paape e, cremos, mais dois sob o traço de Follet.
Voltaremos a abordar este herói, pois pelo que nos confidenciou Romain Gillain (um dos netos de Jijé, que reside em Portugal), a Dupuis, muito em breve vai reeditar esta série na versão "Integral". Pois venha ela então!...
LB

Jean Vallardi no "Cavaleiro Andante", sob o traço de Eddy Paape


Outra aventura de Jean Vallardi desenhada por Eddy Paape

 
Jean Vallardi no "Cavaleiro Andante", agora sob o traço de Jijé.




Prancha de "L'affaire Barnes"

Prancha de "Le Mauvais Oeil"


Prancha de "Le Secret de Neptune"



Jean Vallardi sob o traço de René Follet

2 comentários:

  1. Bela evocação de um herói que marcou também a minha juventude, através das leituras do "Cavaleiro Andante" e do "Zorro", e cujo itinerário continuei a seguir mais tarde, com as edições da Dupuis. É pena que René Follet, um digno discípulo de Jijé, ainda que com um estilo marcadamente individualista, não tenha realizado mais episódios desta série, assumindo-se como o seu melhor continuador. De todos os desenhistas que pegaram no testemunho de Jijé, creio que é o único que ainda está vivo... e sem parar de trabalhar!
    Um abraço,
    Jorge Magalhães

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    1. Caro Jorge
      O teu entusiasmo pelas aventuras de Jean Valhardi coincide em pleno com o meu. E os mestres Jijé e Eddy Paape e ainda, René Follet, "agarraram" muito bem este herói. Pena é que as aventuras de Jean Valhardi não tenham, até agora, álbuns em português. Hélàs!...
      Um abração do
      Luiz Beira

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