sábado, 16 de abril de 2022

ILUSTRAÇÕES E HISTÓRIAS EM QUADRINHOS por José Ruy (11)


Continuemos com a primeira novela deste livro que espera melhores dias para ser editado.
No último artigo deixámos o jovem dono do Raca a ser atacado pelos cães que um caseiro largara sobre ele e, entretanto, os seus pais e irmão a darem pela sua falta na pensão.
Pois quando o jovem se debatia, surgiu o Raca que seguia o rasto dos donos e foi defende-lo, dando conta dos cães agressores. Mas o caseiro empunhando uma espingarda disparou um tiro sobre Raca ferindo-o.


O irmão mais velho, entretanto, apanhou um comboio para regressar a casa a ver se encontrava o jovem, e na carruagem ouviu um sujeito contando a sua façanha de ter apanhado um rapazelho que tentava roubar fruta do seu pomar, e quando o ia repreender fora atacado por um cão feroz, que descrevia em pormenor, e que ele «corajosamente» dominara e deixara muito maltratado.
Pela descrição, o rapaz identificou Raca e não resistiu em saltar sobre o meliante para saber a verdade e o local do acontecido.

Dessa maneira conseguiu localizar o ferreiro que cortara a corrente que pendia da coleira de Raca. Ia assim, aos poucos, aproximando-se do sítio onde o irmão se encontraria.

Enquanto isso, os pais deixaram o hotel onde haviam pernoitado para procurarem uma casita em conta, onde se pudessem instalar, abatidos por não saberem do paradeiro dos filhos.

O irmão mais velho, seguindo a linha férrea em sentido contrário ao que haviam feito na véspera, a certa altura descobriu pegadas que reconheceu serem do Raca. Mas afastavam-se em ângulo reto da via. Que motivo levara o pastor alemão a mudar de rumo? Resolveu seguir as pegadas.

Essa pista levou-o ao local onde Raca fora ferido e o chão mostrava ainda vestígios de luta com outros cães e pingos de sangue. Viu um homem que assomara ao portão e perguntou o que tinha acontecido e se vira um jovem… aí o caseiro empunhou a espingarda e intimou-o a seguir caminho.

O rapaz apercebeu-se que o homem estava a ocultar alguma coisa relacionada com o irmão, perdeu a cabeça, foi direito a ele, lançou as mãos ao pescoço para o obrigar a dizer o que sabia sobre Raca e o irmão, apertou, apertou…

Nessa altura Raca com o seu apurado faro localizara a casa onde os donos acabavam de se instalar. Estava magro, sujo, ferido numa pata traseira, mas feliz por encontrar os seus donos.

Recuemos e vamos ver o que aconteceu quando o jovem foi atacado pelos cães, e salvo do pior por Raca que surgira oportunamente, mas acabando por ser alvejado pelo caseiro.
Alertados pelo ruído da luta, os donos da propriedade vieram ao portão e viram a cena desoladora. O caseiro justificou que aquele mendigo havia tentado assaltar a casa e ele se vira obrigado a soltar os cães, mas que uma fera surgira e matara os animais, desaparecendo em seguida. A versão não convenceu os proprietários, e uma menina, filha do casal ficou muito condoída pelo estado do rapazito que perdera os sentidos.

E daremos o desfecho desta história no próximo artigo, iniciando a segunda novela, «Fabrício, o Espadachim».

Sem comentários:

Enviar um comentário