Em 1957 depois de ter publicado a história em quadrinhos «A Vida Romanceada de Gutenberg» num número especial de «O Cavaleiro Andante», o diretor, que escrevia livros para a infância e juventude, ao editar esta obra sobre o «inventor» dos caracteres móveis convidou-me a fazer a capa e as ilustrações para o interior. Como eu tinha bastante documentação sobre esta figura, achou que seria assim melhor.
O livro era editado e impresso no Porto, e pelo processo tipográfico, por isso a reprodução dos originais era feita em quadricromia, seleção fotográfica em zinco (em relevo).
Esta capa foi totalmente desenhada, os elementos figurativos e as letras.
Cada capítulo abria com uma capitular desenhada, acompanhada de elementos correspondentes ao assunto aí focado.
Simões Müller deu ao livro o título de «O Exército Imortal», comparando os caracteres móveis aos soldadinhos de chumbo que na época fascinavam a criança, organizando exércitos e imaginando batalhas.
O livro tinha muitos capítulos para não cansar um leitor principiante e assim mostrava-se graficamente o assunto a desenvolver nesse espaço.
Esta capa foi totalmente desenhada, os elementos figurativos e as letras.
Simões Müller deu ao livro o título de «O Exército Imortal», comparando os caracteres móveis aos soldadinhos de chumbo que na época fascinavam a criança, organizando exércitos e imaginando batalhas.
Portanto, além das ilustrações de página, estas pequenas composições ajudavam a acompanhar melhor o texto, para que este se tornasse apelativo à leitura. As letras das capitulares foram desenhadas, pois como a impressão era feita pelo processo tipográfico, os desenhos a preto e branco tinham de ser reproduzidos em zincogravura.
Já agora, mostro mais algumas destas iniciais de capítulo, para terem uma ideia do aspeto geral do livro.
Já agora, mostro mais algumas destas iniciais de capítulo, para terem uma ideia do aspeto geral do livro.
Ilustrações de página inteira ajudavam também a mostrar certas partes da história. Foram desenhadas em papel português, da fábrica «Matrena», que adquiríamos em bobina, chamado papel contínuo, que ficava mais económico do que comprado à folha.
O acabamento era a tinta da china, a aparo e pincel.
Conforme o assunto exigia, também se faziam desenhos de meia página.
O Offset começava a dar os primeiros passos entre nós nesta década de 1950 do século XX.
No próximo capítulo mostrarei as ilustrações de outro livro também deste autor. «O Mercador da Aventura» (Marco Polo).
Chama-se a isso ter arte nas mãos; muito obrigado por este artigo, e toda a informação que nele consta.
ResponderEliminarCaro ou cara JF, obrigado por ter lido/visto o começo desta série de artigos que fazem parte de memórias vividas há muitos anos, e pelas palavras de apoio. Tenho continuado a fazer este género de ilustração e atualmente tenho trabalhos entre mãos, que mostrarei no seguimento dos artigozitos. Tudo de bom
EliminarJosé Ruy
Bom dia caro José
ResponderEliminarTenho 3 ilustrações suas, penso que originais, que efetuou para o livro Peregrinação, editado pela Europa-América, capa dura, formato A4.
Estão colados cada um num cartão cinzento.
Se precisar para ilustrar algum artigo, disponha.
Posso enviar fotos.
Cumprimentos
João Domingos
Caro João Domingos, obrigadopor essa notícia. Essas ilustrações foramfeitas no estúdio da Europa-América que dirigi durante 10 anos,e os originais eram propriedade da Editora. Com a desativação (foi uma pena) da PEA desconheço o destino desse acervo. Ainda bem que estão em boas mãos. Obrigado pela disponibilidade; nesta série de artigos, vou falar dessa obra, que tem episódios curiosos, e mostrarei essas ilustrações.
EliminarForte abraço e muita saúde
José Ruy