Esta exposição, numa parceria entre as Câmaras Municipais de Moura e Viseu, e o Gicav - Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu, segue agora para a cidade de Viriato onde em Agosto ficará patente na Feira de São Mateus. Depois entrará em itinerância por escolas e bibliotecas.
Previamente agendada para 20 de Maio estava a apresentação pública do #11 da colecção "Cadernos Moura BD" (edição da Câmara Municipal de Moura, com tiragem de 250 exemplares), onde foram reeditadas duas histórias: "Porque não hei-de acreditar na Felicidade?" (um conto de Alves Redol) e "O Demónio Cego" (uma história sem legendas, algo raro na obra de Mestre José Ruy). Infelizmente, a sessão teve de ser relegada para o último dia do certame uma vez que tanto José Ruy quanto Carlos Rico estavam a recuperar de covid na data inicialmente prevista.
Para os que não puderam estar presentes, fica aqui uma pequena reportagem fotográfica sobre o evento.
José Ruy (que pernoitara em Beja após uma visita ao FIBDB) chegou a Moura por volta das onze horas da manhã. Antes de almoço, parámos dez minutos na Taberna "O Barranquenho", só para apreciar a decoração do espaço e o respeito pela tradição e cultura daquele povo raiano, que deixaram José Ruy, a esposa Maria Fernanda e a filha Teresa maravilhados. Não houve tempo para mais pois o programa era extenso e o tempo curto. Mas ficou no ar a promessa de uma visita mais demorada um destes dias...
José Ruy e Luís Rico, jovem empresário que gere a Taberna |
Dirigimo-nos para o centro da cidade, onde a tenda gigante em que a Feira do Livro decorria nos aguardava. Lá dentro, logo à entrada, a exposição de José Ruy - bem destacada em painéis de madeira pintados a negro - chamava-nos para uma primeira visita.
Ao fundo, José Ruy e Carlos Rico à conversa. Em primeiro plano, alguns dos álbuns de José Ruy que estavam à venda na Feira do Livro. |
Seguimos, finalmente, para o almoço, no Restaurante "O Túnel", a poucos metros da tenda. No final da refeição, José Ruy mostrou-me uma pequena cana de bambu, esculpida com a forma de uma caneta de aparo. Revelou-me que a tinha adquirido numa viagem ao Japão e que a usara para desenhar "O Demónio Cego", uma das histórias que publicámos nos "Cadernos Moura BD". A caneta é uma pequena maravilha pois, ainda que sem tinta, tive oportunidade de "simular" alguns traços e garanto-vos que a facilidade com que desliza no papel é bem maior do que um aparo de metal. Isso mesmo me confirmou José Ruy, acrescentando também que a caneta de bambu permite alcançar nuances que o pincel ou o aparo não atingem.
A cana de bambu esculpida em forma de caneta |
Depois de um pequeno passeio pelas "Ruas Floridas" (que ficam no centro da cidade e são primorosamente decoradas pelos seus moradores com vasos de flores durante todo o ano) regressámos à tenda, espreitámos os livros da feira e descansámos, por breves instantes, do calor que se fazia sentir.
Uma pausa, a seguir ao almoço, pouco antes de ter início a apresentação dos "Cadernos Moura BD". |
Os "Cadernos" numa estante da Feira do Livro, prontos para os autógrafos do Mestre. |
A exposição "Literatura e Banda Desenhada" e a publicação deste Caderno acabaram por fazer justiça a um desenhador que, finalmente, vê o seu nome incluído numa colecção de referência entre os autores clássicos nacionais.
Após a sessão, José Ruy autografou alguns Cadernos, antes de rumar para a Amadora.
Deixo-lhe aqui um agradecimento público (apesar de tudo insuficiente) não só pelo esforço que fez para estar presente nesta iniciativa, como também pela disponibilidade que demonstrou, desde o início, para seleccionar e enviar material para a exposição e o Caderno, prejudicando certamente com isso algum outro compromisso.
Nota: uma parte das fotos que ilustram este post são da autoria de Teresa Pinto, Fábio Moreira (CM Moura) e Taberna "O Barranquenho", a quem agradecemos a amabilidade.
CR
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